O Infante  

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O Infante

Deus quer, o homem sonha, a obra nasce.
Deus quis que a terra fosse toda uma,
Que o mar unisse, já não separasse.
Sagrou-te, e foste desvendando a espuma,

E a orla branca foi de ilha em continente,
Clareou, correndo, até ao fim do mundo,
E viu-se a terra inteira, de repente,
Surgir, redonda, do azul profundo.

Quem te sagrou criou-te português.
Do mar e nós em ti nos deu sinal.
Cumpriu-se o Mar, e o Império se desfez.
Senhor, falta cumprir-se Portugal!


In MENSAGEM, Fernando Pessoa

 

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A ler!!

Já nos esquecemos do que representa.



Para quem ainda não tem.
Fonte:http://www.wook.pt/ficha/constituicao-da-republica-portuguesa/a/id/126112

25 Abril  

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Revolução dos Cravos é o nome dado ao golpe de Estado militar que derrubou, sem derramamento de sangue e sem grande resistência das forças leais ao governo, o regime ditatorial herdado de Oliveira Salazar e aos acontecimentos históricos, políticos e sociais que se lhe seguiram, até à aprovação da Constituição Portuguesa, em Abril de 1976.

POEMA EM LINHA RECTA  

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Álvaro de Campos

Nunca conheci quem tivesse levado porrada.
Todos os meus conhecidos têm sido campeões em tudo.

E eu, tantas vezes reles, tantas vezes porco, tantas vezes vil,
Eu tantas vezes irrespondivelmente parasita,
Indesculpavelmente sujo,
Eu, que tantas vezes não tenho tido paciência para tomar banho,
Eu, que tantas vezes tenho sido ridículo, absurdo,
Que tenho enrolado os pés publicamente nos tapetes das etiquetas,
Que tenho sido grotesco, mesquinho, submisso e arrogante,
Que tenho sofrido enxovalhos e calado,
Que quando não tenho calado, tenho sido mais ridículo ainda;
Eu, que tenho sido cómico às criadas de hotel,
Eu, que tenho sentido o piscar de olhos dos moços de fretes,
Eu, que tenho feito vergonhas financeiras, pedido emprestado sem pagar,
Eu, que, quando a hora do soco surgiu, me tenho agachado,
Para fora da possibilidade do soco;
Eu, que tenho sofrido a angústia das pequenas coisas ridículas,
Eu verifico que não tenho par nisto tudo neste mundo.

Toda a gente que eu conheço e que fala comigo
Nunca teve um acto ridículo, nunca sofreu enxovalho,
Nunca foi senão príncipe — todos eles príncipes — na vida...

Quem me dera ouvir de alguém a voz humana
Que confessasse não um pecado, mas uma infâmia;
Que contasse, não uma violência, mas uma cobardia!
Não, são todos o Ideal, se os oiço e me falam.
Quem há neste largo mundo que me confesse que uma vez foi vil?
Ó príncipes, meus irmãos,

Arre, estou farto de semideuses!
Onde é que há gente no mundo?

Então sou só eu que é vil e erróneo nesta terra?

Poderão as mulheres não os terem amado,
Podem ter sido traídos — mas ridículos nunca!
E eu, que tenho sido ridículo sem ter sido traído,
Como posso eu falar com os meus superiores sem titubear?
Eu, que tenho sido vil, literalmente vil,
Vil no sentido mesquinho e infame da vileza.

Xutos & Pontapés - Sem Eira Nem Beira  

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Anda tudo do avesso
Nesta rua que atravesso
Dão milhões a quem os tem
Aos outros um passou - bem

Não consigo perceber
Quem é que nos quer tramar
Enganar
Despedir
E ainda se ficam a rir

Eu quero acreditar
Que esta merda vai mudar
E espero vir a ter
Uma vida bem melhor

Mas se eu nada fizer
Isto nunca vai mudar
Conseguir
Encontrar
Mais força para lutar...

(Refrão)
Senhor engenheiro
Dê-me um pouco de atenção
Há dez anos que estou preso
Há trinta que sou ladrão
Não tenho eira nem beira

Mas ainda consigo ver
Quem anda na roubalheira
E quem me anda a comer

É difícil ser honesto
É difícil de engolir
Quem não tem nada vai preso
Quem tem muito fica a rir

Ainda espero ver alguém
Assumir que já andou
A roubar
A enganar
o povo que acreditou

Conseguir encontrar mais força para lutar
Mais força para lutar
Conseguir encontrar mais força para lutar
Mais força para lutar...

(Refrão)
Senhor engenheiro
Dê-me um pouco de atenção
Há dez anos que estou preso
Há trinta que sou ladrão
Não tenho eira nem beira
Mas ainda consigo ver
Quem anda na roubalheira
E quem me anda a foder

Há dez anos que estou preso
Há trinta que sou ladrão
Mas eu sou um homem honesto
Só errei na profissão

Entidades de Coimbra vão criar Agência de Inovação Social  

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Um grupo de entidades de Coimbra vai criar uma Agência de Inovação Social, cujo principal objectivo é desenvolver soluções científicas e tecnológicas para dar resposta às necessidades dos utentes das instituições de solidariedade social.

O principal dinamizador do projecto é o Círculo de Cultura Portuguesa (CCP), cujo presidente, Armando Pereira, disse ontem à agência Lusa que a decisão de criar a nova entidade foi tomada sábado, numa reunião alargada dos diversos parceiros da iniciativa.

No encontro, além do CCP, participaram técnicos de Instituições Particulares de Solidariedade Social (IPSS) da região, os investigadores Traça de Almeida, Urbano Nunes, Gabriel Pires (Instituto de Sistemas e Robótica da Universidade de Coimbra) e Miguel Castelo-Branco (Centro de Neurociências e Biologia Celular e Instituto Biomédico de Investigação da Luz e da Imagem), e a empresa Critical Software.

Segundo o presidente do CCP, a agência, que será uma estrutura pioneira no âmbito da economia social, vai gerir a relação entre as IPSS, as empresas tecnológicas e o sistema científico, através de uma matriz de funcionalidades, com vista à elaboração de um conjunto de soluções que atenuem o isolamento e a exclusão e que melhorem a qualidade de vida dos cidadãos. "Vai apurar quais são as carências das IPSS a que é preciso dar resposta em termos de soluções tecnológicas e desenvolvimento científico", explicou.

Vai ainda gerir o fundo de inovação social que está a ser criado no âmbito do Roteiro de Solidariedade Ciência e Artes, um projecto com vários saraus temáticos que o CCP começou em Outubro passado e se prolonga até 2011, homenageando, em cada um dos eventos, uma IPSS da região.

Agência pretende criar soluções de mobilidade para pessoas com incapacidades motoras
Agência pretende criar soluções de mobilidade para pessoas com incapacidades motoras
Além disso, conceber uma solução para manter uma criança com problemas de fala em contexto de aprendizagem, mesmo na ausência do terapeuta, ou criar soluções de mobilidade para pessoas com incapacidades motoras são exemplos que poderão constar da matriz de funcionalidades a desenvolver pela Agência de Inovação Social.

Fonte: http://www.cienciahoje.pt/index.php?oid=41794&op=all